O verão começou oficialmente no Brasil nesta terça-feira (21). As temperaturas mais altas, aliadas às férias escolares, fazem com que as crianças passem mais tempo fora de casa aproveitando as praias, parques públicos e atividades diversas ao ar livre. É também nessa época do ano que explode o número de casos de doenças sazonais, entre elas a gripe.
Por causa do período pandêmico, no qual sintomas da covid-19 podem se confundir com uma síndrome gripal, o preceptor médico pediatra do Instituto Santos Dumont (ISD) Ruy Medeiros levantou uma série de orientações sobre doenças comuns entre as crianças nessa estação do ano.
“Entre as infecções que podem ocorrer em crianças, as principais delas nesse período do ano são as mais prevalentes na infância em geral. São as infecções de vias aéreas superiores, os resfriados e as gripes; e as infecções gastrointestinais, que são as diarreias e os vômitos. Isso acontece em virtude da sazonalidade das doenças e do convívio entre as crianças, por estarem em período de férias”, ressalta o pediatra.
Como medidas de prevenção a essas doenças, ele destaca que as disseminadas durante a pandemia são as mais efetivas. As crianças a partir dos cinco anos de idade devem ser estimuladas a usar máscara, além de manter as mãos sempre limpas. Os alimentos devem ser lavados e guardados adequadamente para evitar infecções gastrointestinais.
“Outra medida é evitar aglomerações, ambientes confinados e com muita gente. Esses locais são ideais para disseminação de doenças. Prefira ambientes mais arejados como parques, praias, playgrounds que são ambientes mais abertos”, lista o pediatra.
As doenças virais comuns nessa época do ano, conforme esclarece o pediatra, são autolimitadas. Ou seja, as crianças têm alguns sintomas por dias consecutivos, que variam de intensidade. Caso avance para um caso mais grave, com ocorrência de febre, por exemplo, o pediatra deve ser procurado.
Um surto de gripe iniciado no Rio de Janeiro se espalhou rapidamente pelo Brasil, com a presença de uma nova linhagem, a H2N3. Os sintomas das síndromes gripais comuns no verão brasileiro acabam se confundindo, na atualidade, com os da infecção pelo novo coronavírus. Diferenciá-las só é possível a partir de testes em laboratório.
“Ainda hoje é difícil de se fazer uma diferença razoável dessas doenças. Os sintomas são muito parecidos e, em crianças, a covid é muito semelhante a uma gripe. Do ponto de vista clínico se torna difícil de identificar. Em crianças com sintomas mais intensos, como tosse, a gente acaba fazendo o swab para diferenciar. Esse exame é o meio que temos para diferenciar a covid de uma gripe comum. Na prática, também observamos a epidemiologia. Se há alguém na família com covid, por exemplo. Esse procedimento é preconizado pela Sociedade Brasileira de Pediatria. Mas eu sugiro que, com qualquer um dos sintomas, procure um profissional habilitado. Ele vai conseguir acompanhar o paciente e identificar a necessidade, ou não, de se fazer o teste (swab)”, relata Ruy Medeiros.