O Rio Grande do Norte fechou o mês de novembro com saldo positivo de 3.234 novos postos de trabalhos criados, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados nesta quinta-feira (23) pelo Ministério do Trabalho e Previdência. A abertura líquida total nos últimos 11 meses é de 33.613 postos de trabalho criados em todo o território potiguar.
No mês, segundo o cálculo do Caged, o saldo na abertura de empregos é feito a partir da diferença entre admissões (15.072) e desligamentos (11.837). Novembro teve o sétimo saldo positivo seguido na geração de empregos do ano, mas, ainda assim, o resultado apresenta tendência de queda. Em outubro, foram 3.524 vagas abertas. Já no mês de setembro, o resultado foi de 6.280.
Segundo Henrique Souza, professor de administração e mercado financeiro, a estabilidade na criação de empregos se explica por um comportamento de cautela da classe empresarial, bem como as incertezas relacionadas com a economia quanto ao ano de 2022.
“Isso decorre principalmente pelas projeções de altas ainda contínuas da inflação e da taxa base de juros (SELIC) que podem ser fortes atuantes na redução da quantidade de postos de trabalho nos seis primeiros meses do ano de 2022”, detalha.
Nos 11 meses de 2021, o Rio Grande do Norte registrou 176.937 admissões e outros 143.324 desligamentos, o que representa um saldo de 33.613 vagas. O resultado do ano é puxado pelo setor de serviços, que soma 14.588 vagas abertas. Em seguida, o setor de comércio registra 7.623 postos criados.
A abertura líquida de trabalho com carteira assinada este ano recuperou as perdas de todo o ano de 2020, durante o auge da pandemia, que fechou os 12 meses com saldo negativo de 3.160 postos de trabalho perdidos. Ou seja, com mais demissões contabilizadas que novos contratos.
Novembro teve como principal propulsor o setor de serviços, com a criação de 1.630 postos formais, seguido pelo comércio, que abriu 1.384 vagas. Já a construção civil gerou 403 vagas.
Por outro lado, na agropecuária foram fechadas 382 vagas no mês, sendo o único setor com saldo negativo na geração de empregos.
“O setor de comércio e serviços foram de fato os principais responsáveis por puxarem a índices de melhoria dentro do período pesquisado em razão das festividades de final de ano que comumente demandam abertura de postos de trabalho para atender as necessidades dessa sazonalidade anual”, justifica o professor Henrique Souza.
A estabilidade na criação de empregos também se deve às incertezas da conomia, reforça o economista Robespierre do Ó. Ele aponta ainda a baixa qualidade do emprego gerado. Os dados do Caged apontam que a maior parte dos empregos criados foi para a faixa etária entre 18 a 24 anos, com 17.932 vagas. Além disso, 74% dos novos empregados tinham o ensino médio, contra apenas 5% com superior completo.
“O que a gente está passando agora é o seguinte: o Brasil está gerando emprego, mas são subempregos. Isso faz com que a economia não tenha uma movimentação. São trabalhadores com baixa escolaridade, com funções de características mais baixas, que acabam não gerando um fator multiplicador em toda a economia. Estão aliadas, ainda, as incertezas econômicas que o país está atravessando”, explica o economista.
Em todo o ano, o setor de serviços também é o que mais contabiliza maior abertura de vagas com carteira assinada. Em todo o ano, o setor tem saldo de 14.588 vagas geradas. O resultado mostra que o setor vem se recuperando diante das perdas de 2020. No ano passado, o setor terminou com 4.360 vagas fechadas.
Entre os municípios do Rio Grande do Norte, a capital do Estado, Natal, apresenta o melhor resultado na abertura líquida de empregos, com 12.368 vagas criadas. Em segundo lugar está Mossoró, que soma 5.720. Na outra ponta da tabela, está a cidade de Pedra Grande, no litoral Nordeste potiguar, que somou saldo negativo de 692 postos de trabalho fechados.
Na comparação com as unidades federativas da região Nordeste, o Rio Grande do Norte teve o quinto resultado na criação de empregos de todo o ano. O líder nas estatísticas é o estado da Bahia, com saldo de 137.702 empregos. Por outro lado, o último colocado é Sergipe, que tem saldo de 14.539.
Brasil
A abertura líquida de 324.112 vagas de trabalho com carteira assinada em novembro no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O resultado do mês melhorou em relação a outubro, quando foram criadas 241.0766 vagas, mas é 13% menor na comparação com o mesmo mês do ano passado, quando foram abertas 376.265 vagas formais.
Tradicionalmente, há forte abertura de vagas ao longo do mês de novembro por causa das contratações temporárias de final de ano.
A alta do mês foi puxada pelo desempenho do setor de serviços no mês, com a criação de 180.960 postos formais, seguido pelo comércio, que abriu 139.287 vagas.
Já a construção civil gerou 12.485 vagas em novembro, enquanto houve um saldo de 8.177 contratações na indústria geral. Por outro lado, na agropecuária foram fechadas 16.797 vagas no mês.
No penúltimo mês do ano, todas as 27 Unidades da Federação obtiveram resultado positivo no Caged. O melhor desempenho foi novamente registrado em São Paulo, com a abertura de 110.198 postos de trabalho. Já o menor saldo foi o de Roraima, que registrou a criação de 413 vagas em novembro.
O salário médio de admissão nos empregos com carteira assinada passou de R$ 1.810,54, em outubro, para R$ 1.778,84 em novembro.