A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou ontem a liberação de autotestes de covid-19 no Brasil. Será permitida a comercialização por farmácias e estabelecimentos de saúde licenciados para vender o dispositivo médico para diagnóstico in vitro. A expectativa de entidades do setor é de que o produto chegue ao mercado brasileiro em março – é preciso ainda pedido de registro dos interessados.
Como os autotestes liberados são de antígenos, feitos a partir de coleta de material orgânico no fundo da boca e do nariz e busca sinais de anticorpos gerados após a infecção, eles não serão considerados como casos confirmados de Covid-19 caso o resultado aponte positivo.
O autoteste serve apenas como uma triagem a um atendimento médico ou à confirmação com o teste de RT-PCR – considerado “padrão ouro”, mais preciso por detectar o material genético do coronavírus. Mesmo assim, o autoteste é importante pois torna mais ágil a detecção e a necessidade de isolamento do paciente.
Com sensibilidade para detectar antígenos entre 40% e 60%, o autoteste (cujo resultado fica pronto em 15 minutos) é indicado para ser usado nos primeiros dias de infecção. O Ministério da Saúde ainda vai incluir orientações sobre o uso dos autotestes em uma nova versão do Plano Nacional de Expansão de Testagem para Covid-19.
A Anvisa, por sua vez, incentiva as empresas que irão comercializar o autoteste a informarem os resultados dos usuários na internet. O autoteste será vendido apenas nas farmácias e não terá distribuição pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O esquema de testagem já é utilizado amplamente em países da Europa e nos Estados Unidos, onde custa, em média, U$ 20 (R$ 108). Na Inglaterra, o produto é distribuído gratuitamente pelo sistema público de saúde.