A revista Science Advances publicou um estudo nesta sexta-feira, 31, que mostra que países com vacina obrigatória para o bacilo Calmette-Guérin (BCG), que protege contra tuberculose, exibiram, em sua maioria, taxas mais baixas de infecção e morte por Covid-19 durante o primeiro mês da pandemia em seus territórios.
A pesquisa analisou a taxa diária de casos do novo coronavírus em 135 países e de óbitos em 134 ao longo dos primeiros 30 dias da pandemia em cada nação.
O levantamento foi desenvolvido por cientistas da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos. O estudo testou se a taxa de crescimento seria significativamente mais lenta nos países que continuaram a exigir a vacinação contra BCG pelo menos até o ano de 2000, em comparação com os países que atualmente não a exigem.
Pesquisas sugerem que o BCG tem efeitos benéficos na imunidade contra uma variedade de infecções relacionadas ao pulmão que vão além da tuberculose, o que o torna o BCG um candidato para prevenção contra a covid-19.
De acordo com a pesquisa, se a vacina fosse implementada nos Estados Unidos, onde a imunização não é obrigatória, cerca de 460 pessoas teriam morrido por covid-19 no dia 29 de março de 2020 – o que equivale a apenas 19% do total de óbitos constatados naquela data (2.467).
Os pesquisadores consideraram a disponibilidade de testes para coronavírus, média de idade dos pacientes, densidade populacional e sua taxa de migração – um critério que forneceria detalhes sobre a disseminação da doença -, que poderiam interferir na quantidade de mortes pela doença. Os pesquisadores, porém, ressaltam que são necessários mais estudos para comprovar os resultados positivos da vacina BCG no combate à covid-19.
ISTOÉ