Duas mil pessoas que moram no entorno da barragem de Jati foram evacuadas da região após rompimento da tubulação na tarde de sexta-feira, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento Regional. O reservatório recebe água da Transposição do Rio São Francisco e a direciona para o Açude Atalho, em Brejo Santo.
Conforme o Ministério, ainda não foi possível avaliar se a barragem sofreu danos com o forte fluxo de água que ocorreu durante o vazamento, reparado ainda na noite de sexta. No entanto, o evacuamento foi feito de forma preventiva para evitar riscos às famílias que moram próximo ao local.
O governador Camilo Santana visita a área da obra para acompanhar a situação. Agentes dos Bombeiros e da Defesa Civil foram enviados à area para reforçar as ações.
A evacuação foi feita com pessoas que moram a até 2 km da barragem, conforme o ministério. A medida está prevista no Plano de Ação Emergencial (PAE) do empreendimento. Segundo a pasta, o vazamento foi contido, durante a noite, a falta de iluminação dificultou a avaliação técnica.
“Com o apoio do MDR, essas famílias estão sendo transportadas para hotéis, pousadas e alojamentos na região ou poderão ir para casas de parentes e amigos até que sejam feitas todas as avaliações técnicas das estruturas do reservatório”, afirmou o Ministério do Desenvolvimento em nota. Profissionais da defesa civil e da empresa operadora eram os responsáveis por informar os moradores.
A tubulação se rompeu após a abertura de uma comporta da barragem, após a sangria do reservatório. De acordo com o secretário de Recursos Hídricos do Ceará, Francisco Teixeira, o jato d’água causa um pequeno processo erosivo, mas que não aparenta comprometer a estrutura.
“Na ombreira direita, tem uma tubulação que se incia em concreto e depois um bloco, onde está a emenda da tubulação em concreto com a tubulação em aço. Então, parece que nessa emenda houve um rompimento, um vazamento da tubulação. Então, esse jato d’água é devido à pressão”, explicou o secretário.
O aposentado José Cândido, de 75 anos, mora próximo ao local do rompimento. Ele teve de sair de casa e foi com a família a uma casa, uma estrutura de sapê na zona rural de jati.
“Eu estava em casa [quando ocorreu o rompimento], vi na estrada um monte de carro, um monte de gente correndo. A gente saiu de lá porque a gente tava correndo risco, não confiei de ficar lá. A sorte nossa é ter isso aqui [uma segunda casa], senão tava na rua.”
O tenente Aílton Lima, do Corpo de Bombeiros, informou na sexta-feira (21) que a avaliação indica que a barragem não sofreu danos, mas a possibilidade do escorrimento de água afetar a estrutura era investigada.
DiarioNordeste