O ministro das Comunicações, Fábio Faria, confirmou ontem a desistência da pré-candidatura a senador. O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho (PL), que deve concorrer ao Senado com apoio de Fábio Faria, agradeceu e elogiou a decisão.
O anúncio foi feito no dia em que o presidente da Assembleia Legislativa, Ezequiel Ferreira de Souza, estava em Brasília. Ezequiel tem sido incentivado a concorrer na chapa que está em articulação pelos dois ministros para fazer oposição à governadora Fátima Bezerra. Ezequiel se reuniu ontem com Rogério Marinho.
O ministro das Comunicações apresentou as justificativas de sua decisão de permanecer à frente da pasta e não se lançar pré-candidato a senador da República pelo Rio Grande do Norte, abrindo mão da disputa, nas eleições deste ano, para o seu colega de Esplanada dos Ministérios, Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional), que agora é filiado ao Partido Liberal (PL), o mesmo partido do presidente da República, Jair Bolsonaro.
Fábio Faria disse, em pronunciamento no Palácio do Planalto, logo após ter comunicado sua decisão ao presidente da República, Jair Bolsonaro, no fim da tarde de ontem, que a motivação foi mais administrativa do que política: “Eu ficava muito preocupado em sair do Ministério agora em março e não conseguir entregar o meu maior legado, que é o 5G funcionando”, disse.
“Nós fizemos o leilão, mas o 5G só vai estar nas 27 capitais em julho, e eu tinha muita vontade de poder visitar essas capitais e apertar o botão ligando o 5G, porque sei o que isso vai impactar a vida das pessoas, eu sei a transformação que isso vai trazer para o país”, afirmou o Fábio Faria.
Faria afirmou, ainda, que se “fosse candidato e saísse antes, estaria pensando só em mim, eu não estava satisfeito com essa minha decisão”.
Ocupante da pasta das Comunicações desde 17 de junho de 2020, Fábio Faria informou, no fim do seu pronunciamento, que voltará a atuar na iniciativa privada, confirmando o que já tinha dito a veículos de imprensa em Natal, de que se não fosse candidato a senador, não seria candidato a governador e nem disputaria a reeleição para deputado estadual, cargo ao qual se deve lançar seu pai, o ex-governador Robinson Faria.
O ministro das Comunicações alegou, ainda, que “tirou um tempo de férias e pensei junto com a minha família, até porque esses dois últimos anos foram anos intensos de trabalho e tomei essa decisão, estou muito tranquilo, porque foi tomada com muito tempo pensando”. Politicamente, o ministro Fábio Faria deixou claro que “em nenhum momento o presidente Jair Bolsonaro interveio nessa decisão”, pois “todas as vezes que a gente conversou com ele, dizia que “vocês dois têm que se decidir”.
Em seguida, Fábio Faria elogiou o desempenho do ministro Rogério Marinho à frente da pasta do Desenvolvimento Regional, tendo feito um grande trabalho levando água para a região Nordeste “e eu resolvendo o setor de Telecom, levando internet para as pessoas”. Semana que vem, Fábio Faria disse que irá a Israel, para conhecer o desenvolvimento de luminárias que já vem com antenas de 5G, que “podem fazer com que as pequenas cidades que só iam receber 5G em 2027 e 2028, possam receber agora, com esse novo produto que estamos desenvolvendo com a Nokia e o governo israelense”.
Além disso, Faria relatou a necessidade de permanecer no Ministério para concluir outros projetos, que “não conseguiria fazer em oito, 16 ou 24 anos como senador, posso conseguir fazer nos próximos meses”.
Finalmente, segundo o ministro, isso pesou muito na hora de tomar essa decisão. “Ficarei como ministro, conversei isso há 15 dias com o presidente, quando tomei a decisão e depois hoje, quando comuniquei que ia fazer a coletiva, que pretendo concluir a minha missão, depois pretendo voltar pra iniciativa privada, ficar mais perto dos meus filhos, porque fiquei muito distante nesses dois anos e possa acompanhar o crescimento deles e quando a gente pisca e olha, eles já estão maiores do que a gente”.