Iniciado em 2006, o sistema penitenciário federal registrou a primeira fuga de um preso nesta quarta-feira (14). Os detentos Deibson Cabral Nascimento (vulgo Tatu) e Rogério da Silva Mendonça (Martelo) conseguiram escapar da prisão de segurança máxima em Mossoró. O Brasil conta com outras quatro penitenciárias de administração federal, que nunca registraram fuga.
A Penitenciária Federal em Mossoró foi a quarta a ser inaugurada no País, em 3 de julho de 2009. Com 13 mil metros quadrados, o local abriga mais de 200 detentos. A prisão é a única do Nordeste a integrar as cinco unidades do sistema federal.
Todas elas são classificadas como presídios de segurança máxima, em que uma conta com sistema de vigilância avançado com captação de som ambiente e monitoramento de vídeo – material de vigilância que a Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), do Ministério da Justiça e Segurança Pública, afirma ser replicado, em tempo real, para a sua sede, em Brasília.
Outras unidades federais
A primeira penitenciária federal do Brasil foi a de Catanduvas/PR, inaugurada em 23 de junho de 2006. Naquele mesmo ano, em 21 de dezembro, a unidade de Campo Grande/MS também passou a funcionar.
Em 2009, o Governo Federal inaugurou a penitenciária de Porto Velho/RO, em 19 de junho. Mossoró era a última do sistema até a inauguração da prisão de segurança máxima de Brasília, em 16 de outubro de 2018.
Os criminosos que fugiram
A Secretaria de Estado de Segurança Pública do Acre havia solicitado no ano passado a transferência de Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento, que estavam entre participantes de uma rebelião ocorrida em julho de 2023 no presídio Antônio Amaro Alves. Durante o a rebelião, cinco presos foram mortos e esquartejados.
Deibson, conhecido como “Tatu”, estava preso desde agosto de 2015, já tendo passado também pelo presídio federal de Catanduva. Ele tem condenações e responde por assaltos, furtos, roubos homicídio e latrocínio. Rogério, que também tem vasta ficha criminal, também cumpria pena no Acre, quando foi determinada sua transferência para o Rio Grande do Norte. Ambos são apontados como líderes de organização criminosa.
Os dois estavam na penitenciária de Mossoró desde setembro do ano passado e estavam em isolamento. Informações preliminares e extraoficiais dão conta de os criminosos teriam ligação à facção criminosa Comando Vermelho.
A ausência dos apenados foi observada durante o banho de sol. Não se sabe ao certo como eles conseguiram sair do local, mas foi reportada uma “falha estrutural”, que pode ser um buraco na estrutura de uma das celas. A partir daí, eles teriam conseguido acesso a uma outra, mas ainda dentro do presídio. Não está claro como eles conseguiram acesso ao exterior da unidade e como não foram vistos ao sair do local.
Tribuna do Norte