Homem morre com suspeita de ‘doença da urina preta’ no Pará

Um homem de 55 anos morreu nesta terça-feira com suspeita de rabdomiólise, a  doença da urina preta, em Santarém, no Pará. A vítima foi identificada como o mototaxista Genivaldo Cardoso de Azevedo. Em agosto, a Bahia e o Amazonas enfrentaram surtos da enfermidade.

Azevedo começou a passar mal no domingo. O mototaxista procurou uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e relatou dores nos membros inferiores, mialgia e cãimbra. Ele foi liberado após receber medicação.

Ainda com dores, Azevedo precisou retornar à unidade de saúde na mesma noite. Mas dessa vez, além das pernas, o mototaxista reclamava que o tórax estava dolorido.

“Nós pedimos a transferência dele para o pronto socorro do município, na madrugada de terça-feira. Ele apresentava algumas características, como urina escura e perda do nível de consciência, e acabou morrendo com falência múltipla dos órgãos”, explicou o diretor do Hospital Municipal de Santarém, Vinícius Savino.

O caso é investigado como suspeita de rabdomiólise. Trata-se de uma condição que provoca lesões musculares que liberam substâncias tóxicas na corrente sanguínea. Quando a síndrome aparece após o consumo de peixes, é associada à Doença de Haff. No entanto, pode ocorrer na sequência de traumatismos, atividade física excessiva, infecções, crises convulsivas, consumo de álcool e outras drogas.

De acordo com Savino, a própria vítima não mencionou para o corpo médico que havia comido peixe. Mas após a morte chegou a notícia de que ele tinha consumido pescado. Material biológico de Azevedo foi coletado e enviado para análise laboratorial e uma avaliação completa será feita pelos órgãos de vigilância sanitária e epidemiológica.

“O governo do Pará já havia lançado uma nota técnica alertando sobre a rabdomiólise para nossas equipes. Até porque tínhamos conhecimento do surto em Itacoatiara e há um fluxo grande de pessoas entre as duas cidades, que não ficam tão longe”, disse Savino.

Itacoatiara e Santarém ficam a 420 km de distância, por via fluvial. A viagem de barco entre os dois municípios dura cerca de 24 horas, pelo rio Amazonas.

Em agosto, Itacoatiara enfrentou um surto de rabdomiólise, com 36 casos registrados e uma morte. Em todo estado do Amazonas, o número de pessoas contaminadas chegou a 54.

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