Em artigo de opinião publicado no jornal Folha de S.Paulo nesta 3ª feira (7.jun.2020), o colunista Hélio Schwartsman disse torcer para que o presidente Jair Bolsonaro morra.
O texto (para assinantes) foi ao ar depois do anúncio de que o presidente da República está com covid-19. No artigo, intitulado “Por que torço para que Bolsonaro morra“, Schwartsman diz que se Bolsonaro morresse significaria que o Brasil não teria mais 1 mandatário minimizando a pandemia.
“Torço para que o quadro se agrave e ele morra. Nada pessoal. […] Embora ensinamentos religiosos e éticas deontológicas preconizem que não devemos desejar mal ao próximo, aqueles que abraçam éticas consequencialistas não estão tão amarrados pela moral tradicional”, escreve o jornalista.
O jornalista pondera que “a vida de Bolsonaro, como a de qualquer indivíduo, tem valor e sua perda seria lamentável”. Mas diz que “no consequencialismo todas as vidas valem rigorosamente o mesmo”.
Schwartsman pontua, ainda, que o eventual óbito do presidente da República por covid-19 serviria de recado a quem nega a gravidade da pandemia.
“Numa chave um pouco mais especulativa, dá para argumentar que a morte, por Covid-19, do mais destacado líder mundial a negar a gravidade da pandemia serviria como um ‘cautionary tale’ de alcance global.”
Na 2ª feira (6.jul.), a hashtag “#ForcaCovid” entrou para os trendings topics do Twitter. Diversos usuários aderiram, mas a iniciativa foi criticada tanto por apoiadores do presidente quanto por quem é opositor do governo.
GOVERNO QUER INVESTIGAÇÃO
O ministro André Mendonça (Justiça e Segurança Pública) repudiou o artigo escrito por Hélio Schwartsman. Anunciou nesta 3ª feira (7.jul.) que vai determinar à Polícia Federal que investigue o colunista com base na Lei de Segurança Nacional.
LIMITES DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO
Ao informar sobre a abertura do inquérito, Mendonça elencou princípios do Estado democrático de Direito. Entre eles, o da liberdade de imprensa. Destacou, no entanto, que a Constituição limita essas liberdades.
A decisão esbarra em 1 dilema que pode chegar em breve ao STF (Supremo Tribunal Federal) e nos demais tribunais do país: os limites da liberdade de expressão no Brasil.
Poder360