O adolescente de 17 anos suspeito de tentar matar uma mulher trans no sábado (14), em Santa Cruz, segue foragido. A Polícia Civil acredita que o suspeito do crime será encontrado ainda nesta semana. A professora atacada está em casa e se recupera dos ferimentos. Ela ainda não foi ouvida pela Polícia Civil.
A motivação para o crime contra a professora Nathy Costa segue como uma incógnita. Atacada em sua residência com golpes de faca na cabeça e garganta, ela afirmou que conhecia o jovem autor do crime e que ele sempre a convidava para sair. No encontro, ela relatou que não houve nenhum desentendimento que pudesse ser considerado uma motivação ao crime.
“Conheço faz uns cinco meses e convidei para que viesse à minha casa. Fiquei um tempo conversando e depois fui me deitar. Ele pediu o meu celular emprestado para uma ligação. Nesse momento, eu até disse que quando ele quisesse ir embora, eu o deixava em casa. Logo depois, ele entrou no quarto e tentou me matar. Não tinha nada com ele. Pedi socorro a uma prima que morava por perto. Ela chegou muito rápido, acho que foi minha sorte. Eu já estava sem forças, sem conseguir ficar em pé”, relatou a mulher trans, afirmando que não tinha relação amorosa com o jovem.
Após os ferimentos, a foi socorrida às pressas para o Hospital Municipal Aluízio Bezerra com auxílio de familiares. O ferimento no pescoço foi sério e ela precisou ser transferida para o Hospital Walfredo Gurgel, em Natal. A professora recebeu alta na noite desta segunda-feira (15), mas ainda debilitada, se recupera em casa e não foi ouvida pela Polícia Civil.
Além de ser esfaqueada, a professora afirmou que foi roubada pelo suspeito. Ele levou o carro da vítima, que já foi encontrado em Ceará-Mirim. Por não ter levado outros pertences, a Polícia Civil trata o caso como tentativa de feminicídio e está focando esforços nas buscas pelo autor das facadas.
“A princípio, o caso é tratado como tentativa de feminicídio, pelo gênero da vítima. Não temos mais informações ou elementos para seguir em caminho que caracteriza crime diferente. Vamos ouvir pessoas e colher informações para confirmar se de fato foi isso que ocorreu ou se há mais um algum elemento, como a subtração de patrimônio, que possibilite uma outra classificação”, explicou o delegado Jaime Groff.
De acordo com o delegado, a classificação do crime é provisória até que a oitiva de ambos os envolvidos seja realizada. Sobre o roubo do carro, são necessárias mais informações, como a possibilidade que ele tenha sido usado somente para fuga. A professora ainda será ouvida pela investigação e delegado informou que a corporação está focando seus esforços para localizar o adolescente. A expectativa é que consigam encontrar o suspeito ainda nesta semana.